Máscara: crianças podem e devem usar

O uso de máscara por crianças é uma questão de segurança e cidadania.

O uso de máscara por crianças é uma questão de segurança e cidadania.

O ano de 2020 trouxe algo por que a maior parte de nós nunca havia passado: a convivência com uma pandemia de um vírus altamente contagioso e potencialmente letal. Tivemos que nos isolar, mudar nossa forma de nos relacionar e trabalhar e passamos a conviver com uma porção de incertezas sobre o futuro e sobre quando e como poderemos sair de casa sem tanta preocupação.

Em meio a tudo isso houve necessidade de buscarmos informação e de nos reeducarmos para proteger o outro e a nós mesmos. E junto com isso, tivemos que acalmar e educar nossas crianças para o “novo normal”.

A ideia de que crianças não correm riscos já foi descartada há algum tempo. Embora elas de fato não sejam as maiores vítimas do coronavírus, elas podem, sim, adoecer, transmitir a doença e até perder a vida. Todo cuidado possível é bem-vindo.

Com que idade as crianças devem começar a usar máscaras?

A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é de que as crianças não usem máscaras até os 2 anos de idade, pois há risco de risco de sufocamento. Pelo mesmo motivo, as máscaras nunca devem ser usadas com chupeta, mesmo por crianças mais velhas.

Depois disso, o uso de máscara já é recomendado, sempre com supervisão, até que elas já consigam colocar e tirar suas máscaras sozinhas, o que pode variar de criança para criança.

A única contraindicação é se a criança tem alguma condição que dificulte o uso da máscara com conforto e segurança, como algum transtorno do desenvolvimento ou algum problema respiratório grave.

Criança pode usar PFF2?

 Em 2021, com o surgimento das novas variantes do coronavírus e com o aumento da produção e comercialização de máscaras, surgiu a recomendação de dar preferência à utilização de máscaras do tipo PFF2 (ou N95), que têm um desempenho melhor no combate à transmissão de covid-19. Isso porque promovem melhores filtragem do ar e vedação.

A PFF2 pode ser trocada a cada 8 horas de uso e não a cada 2, como as máscaras de pano, e podem ser reutilizadas. Elas não podem ser higienizadas com água e sabão ou álcool, mas podem ficar penduradas em um local ventilado e serem reutilizadas depois de 3 a 7 dias, período em que o vírus fica inativo caso tenha havido contaminação de seu tecido. Assim como as máscaras de pano, quando a PFF2 dá sinais de desgaste, deve ser descartada.

Portanto, se a criança se sente confortável e consegue se adaptar à PFF2, ela é um ótimo recurso de segurança.

Já existem PFF2s específicas para crianças no mercado, mas em vez de comprar várias máscaras de um só modelo de uma vez, vale mais a pena comprar diferentes modelos e experimentar para ver qual se adapta melhor ao seu rosto e ao do seu filho. Há crianças que vão ficar confortáveis com alguns modelos de adulto e nem sempre a mais cara é a melhor opção.

 Eu, por exemplo, tenho PFF2s de duas marcas diferentes. Uma delas serve perfeitamente para o meu filho de 10 anos e a outra não.

Não subestime o conforto da máscara. Quanto mais bem ajustada, mais segura e mais fácil será ficar com ela por períodos mais prolongados.

Quais são as opções mais seguras de máscara?

Qualquer tipo de máscara é mais segura do que nenhuma máscara, porém, da mais segura para a menos segura, essas são as opções:

  1. PFF2 (ou N95).

  2. Máscara cirúrgica + máscara de pano por cima.

  3. Máscara de pano com três camadas.

  4. Máscara de pano simples.

Uma possibilidade é escolher a máscara dependendo do ambiente em que vai estar, por exemplo. Se vai ficar ao ar livre ou num ambiente mais arejado, em que circulam poucas pessoas, pode usar uma máscara de pano mais simples. Se for a um lugar mais movimentado, fechado e com maior concentração de pessoas, vale a pena usar uma PFF2.

É importante lembrar que, ao usar a máscara, o nariz e a boca devem ficar completamente cobertos e não deve haver aberturas laterais na máscara, o que você consegue mais facilmente com os modelos que ficam presos atrás da cabeça em vez de nas orelhas.

As recomendações que servem para os adultos também devem ser ensinadas às crianças, como evitar tocar na máscara, não encostar a língua, higienizar as mãos antes e depois de retirar a máscara e retirá-la pelas alças.

Como ajudar seu filho a usar máscara?

Existem algumas condutas que podem ajudar na adesão das máscaras pelas crianças:

  1. De forma honesta e de um jeito que seu filho possa entender, explique por que é importante usar máscara.

  2. Tenha uma ou mais máscaras para usar e brincar em casa, colocar nos bonecos etc. Assim, não há aquele choque de ter que se acostumar com a máscara só na hora de sair de casa, e ela começa a ser associada a algo mais lúdico e não só a uma circunstância ruim.

  3. Se for possível, compre máscaras com desenhos legais, com temas que seu filho goste.

  4. Se está difícil de acostumar, faça pequenos treinos em casa, deixando a criança cada dia um pouquinho mais de máscara (5 minutos, 10 minutos...)

  5. De vez em quando, dê uma volta no quarteirão ou de carro com ele usando máscara.

  6. Dê o exemplo e use máscara sempre que sair ou se encontrar com outras pessoas. E, de preferência, faça isso sem reclamar.

É seu papel educar

Como todos nós sabemos, nosso exemplo (mais do que as nossas palavras) é muito valioso e importante para a educação dos nossos filhos. Não ignorar os perigos e fazer a nossa parte é mostrar a eles que somos bons cidadãos e que respeitamos a vida humana. O problema não deixa de existir só porque a gente finge que ele não existe.

Isso também é educar: é educar para a disciplina, o respeito, o cuidado consigo e com o outro... é educar para a cidadania. O aprendizado está nas pequenas coisas e se constrói aos pouquinhos.

Não podemos subestimar as crianças. Ainda que elas não compreendam a proporção do problema, podem ser treinadas e são capazes de compreender a importância de usar máscara neste momento e de se adaptar a usá-las.

Apesar de toda a má gestão e desrespeito à vida com que essa pandemia foi tratada aqui no Brasil, estamos cada vez mais próximos de vacinar toda a população, mas isso não significa que possamos relaxar nos cuidados. O uso da máscara, o isolamento social e o aumento nos cuidados de higiene ainda são medidas fundamentais, e nós devemos seguir as orientações dos órgãos de saúde, para que essa doença fique sob controle o mais rápido possível.

Gostemos ou não, este é o mundo em que nossos filhos vivem agora. É neste mundo que eles precisam aprender a viver. E quanto mais conscientes e adaptados a todos esses cuidados eles estiverem, melhor.

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